Em 29 de março de 2006, às 23:30 (horário de Brasília), Marcos Pontes, acompanhado do russo Pavel Vinogradov e do norte-americano Jeffrey Williams, partiu da base de Baikonur, no Cazaquistão, a bordo da nave russa Soyuz TMA-8. Ali também partia todo povo brasileiro, para sua primeira visita ao espaço.
Em março de 1963, nascia mais um brasileirinho, porém esse era diferente, seria este que alcançaria os degraus além da atmosfera terrestre, abrindo um novo horizonte para o Brasil no espaço.
Desde criança Marcos Pontes passava horas olhando para o céu. Gostava de ir ao Aeroclube de Bauru, cidade natal, para ver a Esquadrilha da Fumaça e de visitar a Academia da Força Aérea, onde seu tio trabalhava.
Marcos sempre estudou em escolas públicas em Bauru. Em 1981 ingressou na Academia da Força Aérea. Após a conclusão do curso na AFA, Marcos foi designado para o curso de caça em Natal-RN. Foi nessa época que conheceu sua esposa Francisca de Fátima Cavalcanti.
Em 1989, Pontes iniciou o curso de engenharia aeronáutica no Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), em São José dos Campos, São Paulo, recebendo o título de engenheiro em 1993. Em 1998, tornou-se mestre em engenharia de sistemas pela Naval Postgraduate School, localizada em Monterrey, Califórnia. No mesmo ano seria integrado a NASA, tornando-se oficialmente astronauta em 2000.
Ali começaria a novela da participação brasileira na Estação Espacial Internacional (ISS). Para o Brasil poder estar entre os países participantes a Agencia Espacial Brasileira (AEB) deveria produzir seis peças com investimento estimado na indústria brasileira de 120 milhões de dólares em cinco anos, para equipar a ISS. Porém o governo não investia o suficiente na área para tal.
Só com a intervenção do próprio Marcos Pontes, buscando auxílio junto ao SENAI-SP/FIESP, o Brasil começou a caminhar com passos lentos a realização de sua parte no acordo com os demais paises.
Porém outro evento fez com que Pontes perdesse, mais uma vez, as esperanças de sua viagem ao espaço. Os acidentes com os ônibus espaciais em 2003, que provocou atrasos operacionais e o cancelamento do uso dos mesmos, até segunda ordem.
Só em 2005, com uma surpreendente decisão da AEB, que Marcos enfim viu seu sonho e dos brasileiros realizado. Realizar a Missão Centenário em 2006 com os objetivos de realizar experimentos nacionais em microgravidade, fomentar essa área da ciência no Brasil, promover o programa espacial (marcado negativamente pelo acidente de Alcântara), motivar milhões de jovens estudantes em todo o Brasil para as carreiras de C&T, e criar a maior homenagem internacional ao Centenário do vôo histórico de Santos Dumont.
A missão seria possível utilizando a participação brasileira na ISS, mas teria de ser feita através do outro parceiro majoritário, a Rússia, visto a impossibilidade operacional dos ônibus espaciais americanos. Sendo Pontes o tripulante da Missão.
Pontes seguiu para a Rússia em outubro de 2005. Tendo na frente outro grande desafio: aprender todos os sistemas do Soyuz (espaçonave russa), dos módulos russos da ISS em menos de seis meses e também o idioma local.
Mas ele venceu! E o coração Brasileiro decolou para o espaço no dia 29 de Março de 2006 às 23:30 (horário no Brasil). Em entrevista disse: “Eu sempre tive o sonho de voar, sonho este que me sustenta até hoje. Eu pensava em ser piloto da FAB. Ser astronauta parecia meio fora de alcance.”
Mal sabia ele que voaria muito além do que imaginara...
Fontes: Biografias UOL; e Site Marcos Pontes
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