Para entender os motivos que levam a essas queixas, cientistas do Instituto Real de Tecnologia de Melbourne, na Austrália, conduziram um estudo pioneiro sobre a percepção de aromas em ambientes isolados, como o espaço. Um artigo que descreve as descobertas foi publicado nesta terça-feira (16) no International Journal of Food Science and Technology.
Estudos anteriores já haviam demostrado que os cheiros desempenham um papel importante na assimilação do sabor dos alimentos. Desta forma, a equipe decidiu testar se as pessoas percebiam os aromas dos extratos de baunilha, amêndoa e limão de maneira diferente em ambientes fora da Terra.
Isso porque, além dos efeitos psicológicos da vida no espaço, o dia a dia na gravidade zero também implica em desafios físicos aos astronautas. Os fluidos internos tendem a se mover para cima, criando congestão nasal e inchaço facial, consequentemente, perturbando os sentidos do paladar e do olfato.
Testes na realidade virtual
Em vez de conduzir os testes a bordo da Estação Espacial Internacional (ISS), a equipe optou por uma alternativa mais simples, fazendo o uso de simulações da estação espacial com headsets de realidade virtual. 54 pessoas participaram dos testes.
Imersos em uma sala dentro da ISS, os voluntários foram apresentados às amostras e relatavam as suas experiências olfativas. No geral, os participantes acharam os cheiros da baunilha e da amêndoa mais doces e fortes durante a “viagem espacial”, enquanto a intensidade do óleo de limão permaneceu inalterada.
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