Existe apenas um lado visível da Lua para quem está na Terra; o outro lado é chamado de oculto porque fica sempre virado para longe do planeta. Mas não é apenas por isso que existe um tom de mistério sobre o tema. O local também apresenta uma superfície geológica diferente, com muitas crateras e um número reduzido de planícies basálticas (mares).
Além de ser uma região de difícil observação por natureza, ela também foi explorada pouquíssimas vezes pela humanidade. A primeira vez que a civilização pousou uma sonda não tripulada naquela área ocorreu em 2019, durante a missão Chang’e-4. A segunda vez ocorreu com o pouso do módulo lunar Chang’e-6, neste ano.
O que é o lado oculto da Lua?
Mirian Castejon, astrônoma do Planetário do Ibirapuera, em São Paulo, explica que o lado oculto da Lua está sempre fora da observação da Terra porque o satélite natural leva o mesmo tempo para girar em torno do seu eixo e ao redor da Terra. Ou seja, essa região não é visível devido ao comportamento orbital da Lua em relação ao nosso planeta, um fenômeno chamado de movimento síncrono.
Como resultado dessa sincronicidade, os observadores da Terra só podem ver a Lua com um lado “congelado” e, aparentemente, sem rotação. É justamente essa influência entre o satélite e o nosso planeta que causa a característica peculiar, mas os cientistas ainda estão tentando entender por que esse ponto lunar é tão diferente.
A primeira vez que o lado oculto da Lua foi devidamente observado ocorreu em meados de 1959, após a nave russa Luna 3 fotografar a região. Apesar de também ser popularmente conhecido como “lado escuro da Lua”, Castejon afirma que a expressão não está correta, pois o Sol ilumina toda a Lua.
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