Por volta do ano 1665, astrônomos como o italiano Giovani Cassini e o inglês Robert Hooke notaram que Júpiter tinha uma mancha escura circular na sua superfície. Apelidada de “Mancha Permanente”, ela ficava visível por cinco horas do dia, até a rotação do planeta tirá-la da visão terrestre.
A mancha observável na superfície do planeta vizinho, décadas depois, passou a ser conhecida como Grande Mancha Vermelha de Júpiter — um sistema anti-ciclônico que gira no sentido anti-horário a cada seis dias.
Porém, de acordo com um novo estudo, publicado no último domingo (16) na revista Geophysical Research Letters, a tempestade que vemos hoje é muito mais recente e jovem, formada há 190 anos. Portanto, pode não ser a mesma avistada pela primeira vez no século 17, há quase 360 anos.
A última medição da mancha datava de 1879, quando tinha 39 mil quilômetros de extensão. Atualmente, ela possui um diâmetro aproximadamente equivalente ao da Terra, totalizando 14 mil km, o que representa uma diminuição significativa.
Além disso, as observações meteorológicas feitas pela sonda espacial Juno em 2021, que orbita Júpiter, indicaram que a Grande Mancha Vermelha é mais rasa e fina do que se pensava — um detalhe valioso para desvendar sua formação.
Considerada o maior vórtice planetário conhecido do Sistema Solar, a Grande Mancha, nas suas margens externas, tem ventos que atingem velocidades de 450 km por hora. Sua cor vermelha, resultado de reações químicas na atmosfera, cria um contraste com as outras nuvens claras do planeta gasoso.
Agora, novos estudos são necessários para compreender os processos físicos que mantêm a sua estabilidade. Os pesquisadores também buscarão prever se a mancha tem chances de se desintegrar e desaparecer, similar ao que pode ter acontecido com a Mancha Permanente de Cassini e Galileu, ou se ela irá continuar com um tamanho determinado, podendo persistir por muitos anos.
Postagem: Pilar Hygino
Nenhum comentário:
Postar um comentário