Um
planeta recoberto por lava seca e com um campo magnético jamais visto em nenhum
outro lugar do Sistema Solar. Assim é Mercúrio, segundo dados da sonda espacial
Messenger. As primeiras análises da missão que orbita o planeta há seis meses
foram divulgadas pela revista “Science”.
Mercúrio
é o planeta mais próximo do Sol e a Messenger chegou à sua órbita em março
deste ano.
Sonda Menssenger orbitando Mercúrio
Os
primeiros dados revelam um planeta bem diferente do que os cientistas
esperavam. Sua superfície tem uma composição que não bate com a dos outros
planetas terrestres (Vênus, Marte e Terra). Por isso, os astrônomos acreditam
que suas teorias sobre a formação do planeta precisam ser revistas.
“Os
teóricos precisam voltar para a prancheta”, afirmou o autor principal de um dos
sete estudos divulgados nesta quinta, Larry Nittler, do Instituto Carnegie.
De acordo
com o líder do time de pesquisadores da sonda, resultados tão impressionantes
eram esperados.
“A
primeira espaçonave a orbitar um planeta sempre traz surpresas incríveis”,
afirma Sean Solomon. “Mercúrio não é o planeta descrito nos livros teóricos.
Embora seja um verdadeiro irmão de Vênus, Marte e Terra, o planeta tem uma vida
muito mais emocionante do que imaginava”, disse ele.
Os níveis
de enxofre e potássio na superfície, por exemplo, são bastante acima do
esperado – uma vez que são elementos que vaporizam em temperaturas relativamente
baixas e o calor em Mercúrio passa dos 400 graus Celsius durante o dia.
As
imagens da Messenger também mostraram rachaduras na superfície de até 25 km de
profundidade, por onde acredita-se ter saído ao menos parte da enorme
quantidade de lava encontrada perto do pólo norte. Pelo menos 6% de todo o
planeta é coberto por uma expessa camada de lava seca.
Fotografia de cratera em Mercúrio mostra abertura na superfície por onde
a lava (em laranja) teria sido liberada (Foto: Science/AAAS).
Uma das
descobertas que mais intrigou os cientistas diz respeito ao fraco campo
magnético encontrado pela sonda. A distribuição dele não bate com as teorias
disponíveis até agora.
Fonte: G1
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