segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Demais Objetos Transnetunianos


            Além dos cinco planetas-anões (ou plutóides) presentes no Cinturão de Kuiper, há diversos outros corpos celestes que orbitam ao redor do Sol e situam-se permanentemente ou em períodos (como Sedna) no Cinturão. Abaixo veremos em mais detalhes quatro destes corpos, Sedna, Orcus, Quaoar e Varuna.

 Os Principais objetos transnetunianos em comparação com a Terra.

 Sedna, o mais distante

           Sedna foi observado pela primeira vez em, 14 de Novembro de 2003, pela equipe liderada por M. Brown (Instituto Tecnológico da Califórnia, EUA), utilizando o Telescópio Samuel Oschin (Caltech), no Observatório Palomar. 
Os astrónomos estimam que Sedna  está a 13 mil milhões de quilómetros do Sol, ou seja, 90 UA (90 vezes a distância Terra-Sol), o que faz deste planetoide o objeto mais distante no Sistema Solar a ser detectado até hoje.
Outras características distinguem este objeto: a sua grande dimensão (entre 1/2 e 3/4 do tamanho de Plutão); a sua cor vermelha, pois a seguir a Marte, é o objeto mais vermelho do Sistema Solar; e a sua órbita extremamente elíptica.
A equipe de investigadores responsável pela descoberta sugeriu à União Astronómica Internacional que o planetoide 2003 VB12 fosse chamado oficialmente Sedna, como a deusa do Oceano Ártico da mitologia Inuit (esquimó), devido às suas temperaturas extremamente frias. O planetoide Sedna encontra-se muito longe do Sol, numa região muito fria do Sistema Solar, onde a temperatura não ultrapassa os –240°C.
Mas, a maior parte do tempo, o planetoide encontra-se a temperaturas ainda mais negativas, pois na sua órbita de 10500 anos à volta do Sol, ele chega a estar a 130 mil milhões de quilómetros do Sol, ou seja, a 900 UA!
Os astrônomos não podem medir o diâmetro do planetoide diretamente, mas podem estimá-lo indiretamente: como sabem a distância a que Sedna se encontra, sabem a sua temperatura (cerca de –240°C); então, observando o planetoide com um telescópio térmico, que mede o calor do objeto observado, podem inferir o seu tamanho. As tentativas de observação de Sedna com o Telescópio Espacial Spitzer (NASA) resultaram na ausência de detecção deste planetoide. Assim, os investigadores concluem que Sedna tem menos de 1800 km de diâmetro, pois, se fosse maior, o Spitzer teria detectado o seu calor.
 Um dos aspectos mais interessantes deste objeto é a sua órbita. Depois da descoberta de Sedna, em Novembro de 2003, os investigadores pesquisaram os arquivos de observações e conseguiram seguir Sedna até 2001. Na posse de observações que abrangem um intervalo de tempo de 3 anos, os astrónomos já conhecem razoavelmente bem a órbita deste planetoide e estimam que o seu periélio é 76±7 UA. A determinação da órbita de Sedna veio mostrar que é pouco provável que este planetoide seja um objeto da Cintura de Kuiper: a sua trajetória nunca o leva a essa região. A Cintura de Kuiper termina abruptamente a 50 UA do Sol e Sedna não se aproxima do Sol mais do que 76 UA. Mesmo os objetos da Cintura de Kuiper que chegam a grandes distâncias do Sol, comparáveis à distância a que Sedna alcança, têm periélios muito menores, a cerca de 35 UA.
A órbita de Sedna é extremamente elíptica, muito mais do que qualquer outro objeto do Sistema Solar, chegando a uma hipótese de que Sedna pertença à Nuvem de Oort. O facto de Sedna se encontrar 10 vezes mais perto do Sol do que a Nuvem de Oort (supostamente a meio caminho da estrela mais próxima do Sol) leva a equipe de investigadores a especular sobre a existência de uma Nuvem de Oort interior.

Orcus


Orcus foi observado pela primeira vez em 2004 e é ligeiramente menor que Plutão.
Este planeta anão pode um dia chegar à mesma designação UAI de Plutão, Makemake, Éris e Halmea um planeta anão plutoide.
Orcus e Plutão têm órbitas semelhantes, ambos possuem quase o mesmo afélio e periélio, e as duas órbitas tem a forma de elipses, cada elipse é inclinado em relação ao resto das elipses planetárias e tem quase o mesmo ângulo.
Orcus é como um anti-Plutão, no entanto, os dois objetos permanecem no Sistema Solar um de cada lado.

 Órbitas de Plutão e Orcus. Podemos ver como são identicas, porém com inclinações diferentes.


Quaoar



 Quaoar é um objecto transneptuniano localizado no Cinturão de Kuiper, a cerca de 6,5 bilhões de quilômetros da Terra.
O planetoide, medindo cerca de 1250 quilômetros de diâmetro, tem mais da metade do diâmetro do planeta anão Plutão e quase o mesmo tamanho de seu satélite, Caronte, que tem 1270 quilômetros de diâmetro.
Sua órbita é quase perfeitamente circular e está 1,6 bilhão de quilômetros além da órbita de Plutão. Quaoar leva 288 anos para dar uma volta em torno do Sol e possui um satélite conhecido, com diâmetro estimado em 100 quilômetros.
O nome é uma referência ao deus da criação na mitologia Tong vá, um povo nativo norte-americano.

 Órbita de Quaoar


Varuna
           
Este corpo celeste é o único dos quatro citados aqui que não é um planeta anão, Varuna é classificado como um dos maiores meteoros do Cinturão de Kuiper .
Foi descoberto por R. Macmillan, do projeto Spacewatch, em 28 de novembro de 2000 e, provisoriamente designado WR106 2000 antes de ser definitivamente nomeado como Varuna, deus que arquitetou a criação da Terra na mitologia hindu.
Ela se move em uma órbita quase circular com um semi-eixo maior de cerca de 43 UA, semelhante ao de Quaoar , porém mais inclinado.


Dados de Varuna:
  • Diâmetro: 936 km;
  • Densidade: ~ 1,0 g / cm 3 ;
  • Temperatura de superfície: ~ 43 K;
  • Periélio 40,92 UA;
  • Afélio: 45,34 UA;
  • Período orbital: 283,20 anos;
  • Inclinação 17,2 °.

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