Imensidão Galáctica
Os
cientistas estimam que existam pelo menos 125 bilhões de galáxias no universo.
Diante disso, a via láctea – a galáxia onde se localiza a Terra seria apenas
como uma gota d`água em um vasto oceano.
Um
ano-luz é uma distância e tanto. Equivale a 9,5 trilhões de quilômetros - algo inimaginável para a nossa escala
cotidiana, no entanto íntimo para a astronomia, que está acostumada a trabalhar
com números e escalas bem maiores. Para sermos mais precisos, um ano-luz é a
distância que a luz percorre no vácuo durante o período de um ano à velocidade
de 300.000 Km/s. A Via Láctea, a galáxia onde se localiza o sistema solar, têm
diâmetro de 100 mil anos-luz. Ou seja, para ir de um extremo ao outro seriam
necessários 100 mil anos viajando na velocidade da luz! Pode parecer bastante
mas para as dimensões do universo ainda é bem pouco.
Andrômeda, galáxia mais próxima da Via láctea e mesmo assim muito distante |
A
galáxia de Andrômeda, vizinha da Via Láctea, localiza-se a aproximadamente 2,3
milhões de anos-luz de distância. Retomando a comparação, para chegar a
Andrômeda um viajante gastaria mais de 2 milhões de anos cruzando o espaço na
velocidade da luz.
É
impressionante, mas é bom lembrar que, levando em conta as distâncias
astronômicas, ir da Via Láctea a Andrômeda seria como sair de casa e chegar, no
máximo, à casa do vizinho. Assim, pensando que podem existir 125 bilhões de
galáxias no universo, como calculam os astrônomos, é possível ter uma ideia da
grandiosidade do cosmos.
Primeiras observações
A
galáxia é um conjunto massivo de centenas de milhões de estrelas que sofrem os
efeitos de uma mesma gravitação e orbitam em torno de um centro comum. Em uma
noite límpida, todas as estrelas que podemos ver a olho nu, por exemplo,
pertencem à mesma galáxia onde se situa a Terra, a Via Láctea. Além de
estrelas, um galáxia tem planetas e outros corpos rochosos, raios cósmicos,
nuvens de gás e poeira.
Via láctea vista da Terra |
O
astrônomo persa Al-Sufi (903-986) teria sido o primeiro a identificar uma
galáxia alam da Via Láctea: a de Andrômeda. Ainda assim, até metade do século
XVIII, apenas três galáxias haviam sido observadas e descritas.
Com
o desenvolvimento e a sofisticação dos telescópios os astrônomos puderam
encontrar outras. Com o uso de lentes potentes, o francês Charles Messier
(1730-1817) foi capaz de catalogar, até 1780, 32 galáxias. Cada uma delas
ganhou um número, antecedido da letra M, em homenagem ao seu descobridor. Por
isso Andrômeda é catalogada entre os estudiosos como M31.
Visão do passado
A
fotografia espacial é uma ferramenta importantíssima no estudo de galáxias. Com
o auxílio dela, os cientistas já detectaram galáxias localizadas a mais de 10
bilhões de anos-luz da Terra. Isso quer dizer que a luz captada pelos nossos
telescópios foi emitida por algumas estrelas há mais de 10 bilhões de anos.
Vários desses corpos celestes estão tão distantes que podem ajudar a contar o
passado do universo.
O telescópio Hubble durante um bom tempo foi a principal ferramenta na busca por novas galáxias |
Até
o início do século XX, muitos conjuntos de estrelas eram tidos como nebulosas –
uma formação de moléculas gasosas que compõe uma espécie de nuvem.
Em
1755, o filósofo Immanuel Kant (1725-1804) levantou a hipótese de que algumas
poderiam ser sistemas estelares semelhantes ao nosso. Na época, sua tese não
foi levada a sério, mas, passados mais de 150 anos, os astrônomos perceberam
que Kant tinha razão, pois constatou-se que várias nebulosas catalogadas pelos
cientistas eram, na verdade, galáxias.
O
astrônomo norte-americano Edwin Hubble foi o primeiro a classificar as
galáxias. Em sua maioria, elas têm aspectos regulares que permitem enquadrá-las
em duas classes (espirais e elípticas), de acordo com seu formato. Galáxias sem
forma definida são chamadas de irregulares.
Grupos
galácticos
Os cientistas constataram que as
galáxias quase sempre são encontradas em grupos – chamados também de
aglomerados ou cúmulos. A Via Láctea, por exemplo, pertence ao aglomerado
denominado Grupo Local. Considerado pequeno, ele é composto de 40 membros que
ocupam uma extensão de 3 milhões de anos-luz em sua maior dimensão. As duas
galáxias mais luminosas desse grupo são a Via Láctea e Andrômeda, ambas de
formato espiral.
Um retrato da imensidão galática. Cada ponto que você vê na imagem representa uma galáxia. |
Os aglomerados, contudo,não são
as maiores estruturas do universo. Há ainda os superaglomerados ou
supercúmulos, conjuntos separados por grandes distâncias. O mais conhecido
entre todos é o Supercúmulo Local, do qual a Via Láctea faz parte. Ele tem cerca
de 100 milhões de anos-luz de extensão e, além de ser composto pelo Grupo Local
de galáxias, inclui o aglomerado de Virgem.
Colisão sideral
Céu noturno daqui a 4 bilhões de anos
terá como atração a colisão entre nossa galáxia
e Andrômeda. Tal fenômeno resultará na
formação de um nova galáxia elíptica.
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O encontro entre duas galáxias,
no entanto, nem sempre resulta em uma fusão. Se a interação entre elas é fraca,
ambas podem sobreviver, mas o efeito da maré gravitacional provoca o surgimento
de pontes ou caudas em um ou nos dois lados das galáxias.
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Fonte: Atlas do Universo
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Galáxia do Sombrero |
Galáxia Olho Negro |
Galáxia do Redemoinho |
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