As
estrelas, brilham e morrem em um processo contínuo que ocorre desde o
nascimento do universo.
Nebulosas, verdadeiros berçários estelares |
O
telescópio espacial Hubble captou a cerca de 1,500 anos-luz da Terra uma das
imagens mais fascinantes já observadas: um berçário de estrelas. As lentes do
Hubble foram direcionadas para a Constelação de Órion e localizaram na Nebulosa
de Cabeça de Cavalo uma nuvem fria de gás e poeira interestelar, da qual se
originam novas estrelas.
O berçário em questão não é o único no universo. A todo momento, estrelas nascem
e começam a emitir brilho e energia. Milhões delas sequer foram detectadas
porque sua luz vai viajar durante muito tempo até que e torne visível na Terra
– o brilho das estrelas recém-nascidas de Cabeça de Cavalo levaram 1,500 anos
para chegar até aqui.
As
estrelas formam-se de nuvens frias de poeira e gases. Devido a um processo
ainda não totalmente compreendido, essa concentração de material começa a se
contrair em decorrência da ação de sua própria gravidade. A energia
gravitacional, então, transforma-se em energia térmica. Cerca de 1 milhão de
anos, forma-se o que será o futuro do núcleo da estrela, que se torna
gradativamente mais concentrado e quente.
Proto Sistema Solar. O Sol ao centro é
uma estrela "recém-nascida" com
alguns poucos milhares de anos.
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O
Sol tem 4,6 bilhões de anos e estima-se que ele deva durar mais 6 bilhões de
anos antes de se apagar. Sua luz possui tom amarelado, o que tem relação com a
temperatura de sua superfície. Veja, a estrela mais visível a partir do
hemisfério norte da Terra, tem luz branca e é mais quente do que o Sol. Antares
parece ser laranja-avermelhado e teria, portanto, temperatura menos do que a
solar.
O brilho da supernova
Na
noite de 4 de julho de 1054, como costume astrônomos chineses observaram o céu
e notaram algo estranho: um brilho intenso próximo à estrela Zeta, na
Constelação de Touro. Era um fenômeno nunca visto até então e que, durante as
semanas seguintes, chamou a atenção de todos. Já no século XX, depois de
estudar a Nebulosa de Caranguejo, os astrônomos concluíram que ela era
resultado da explosão de uma estrela ocorrida há cerca de 900 nos. A
constelação foi a chave para relacionar o registro dos chineses à explosão de
uma supernova. O que os chineses viram, na verdade, teria sido o espetacular
fim de uma estrela. A Nebulosa de Caranguejo encontra-se a cerca de 6,5 mil
anos-luz da Terra e têm diâmetro de 6 anos-luz. É provável que a estrela que
deu origem à Nebulosa tivesse massa inicial próxima de dez massas solares. Em
1969, foi descoberto em seu centro um pulsar que gira 33 vezes por segundo,
emitindo raios X, o que transforma a Nebulosa em uma poderosa fonte de
radiação.
A Nebulosa do Caranguejo (foto) teve sua origem de restos de uma supernova |
A
supernova é fruto de uma estrela de grandes proporções que chegou ao fim. Após
queimar seu combustível, esgotando assim suas reservas de hidrogênio e hélio, a
estrela entra em colapso. Num primeiro momento encolhe-se ao ponto de ficar com
diâmetro de 20 quilômetros. Em seguida, explode violentamente – é o fenômeno da
supernova.
A
extraordinária explosão marca o fim da estrela gigante. Sucedem-se um repentino
aumento de luminosidade e uma enorme liberação de energia. Uma supernova
desprende, em dez segundos, cem vezes mais energia que o Sol em toda a sua
vida. Depois da explosão da estrela que dá origem à supernova sobra um
remanescente gasoso que se expande e brilha durante milhões de anos. Estima-se
que em nossa galáxia ocorram duas supernovas por século.
A
explosão que põe fim a vida de uma estrela supergigante ocorre porque seu
pesadíssimo núcleo de ferro não é capaz de suportar a própria gravidade. Sem
fusão nuclear em seu interior, a estela colapsa, expulsando para o exterior
resíduos de gases que se expandem e brilham por centenas ou milhares de anos.
Os elementos expulsos durante a explosão da estrela fornecem material ao meio
interestelar. A partir dele, formam-se novas gerações de estrelas.
O apagar das luzes
A
maioria das estrelas inclusive o Sol, não possui características para explodir
em forma de supernova. Nesse caso, o fim delas é menos vistoso, mas não menos
espetacular. O processo desenvolve-se do seguinte modo: quando a estrela
consome todo o hidrogênio, seu núcleo passa a encolher, “empurrado” pela
pressão gravitacional.
Ao
mesmo tempo que isso acontece, as camadas exteriores são aquecidas e
expandem-se. A estrela aumenta seu brilho e transforma-se em uma gigante
vermelha. Inicia-se, então, um novo tipo de reação: em temperaturas ainda mais
altas, o hélio converte-se em carbono. Entre as estrelas menores, o processo
termina aí, com o hélio sendo totalmente consumido – trata-se da chamada anã
branca. As estrelas de maior massa, por sua vez, avançam para outro estágio:
ainda há energia suficiente para transformar o carbono em substâncias ainda
mais pesadas, como o ferro.
No caso do Sol,
prevê-se que daqui a 6 bilhões de anos, após queimar todo o hidrogênio, ele se
transforme em gigante vermelha. Seu brilho deve ser 2 mil vezes superior ao
atual e a energia emitida será tão intensa que, caso ainda exista, a vida na
Terra será devastada. Os oceanos vão evaporar e a atmosfera será destruída. Por
fim, o Sol ficará tão grande que invadirá as orbitas de Mercúrio, Vênus e,
talvez, da Terra. Depois disso, passados 1,5 bilhão de anos, o Sol deve virar
uma anã branca.
Fonte: Atlas do Universo
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