Desde
as civilizações antigas, observatórios dos mais rudimentares aos mais modernos
são erguidos para ver o céu. Atualmente, as lentes voltadas para o universo
possibilitam enxergar muito além da Via Láctea.
Observatórios
astronômicos são tão antigos quanto o interesse do homem pelos mistérios do
céu. No início eram construídos com o objetivo de rastrear as posições do Sol e
da Lua para demarcar o calendário terrestre. Observar os astros era importante
para as comunidades que dependiam da agricultura para sobreviver. Hoje em dia,
eles são usados para compreender o cosmo e solucionar questões que intrigam os
especialistas.
Stonehenge, observatório celta na ilha de Bretanha |
Acredita-se
que uma das primeiras estruturas para a observação do céu tenha sido
Stonehenge, construída na Inglaterra entre 2500 a.C e 1700 a.C. As ruínas do
sítio arqueológico, que parecem estar dispostas de forma caótica, na verdade
marcaram com precisão os solstícios de inverno e de verão, quando o Sol se
posiciona exatamente entre as pedras principais. Contemporâneos à Stonehenge
são os zigurates, espécies de torres com abertura para os céus, de onde os
babilônios faziam suas observações dos astros. As civilizações pré colombianas,
por sua vez, erguiam construções nas quais, em determinado dia do ano, o
reflexo do Sol se encaixava perfeitamente.
Os
observatórios que conhecemos atualmente nasceram no mundo islâmico entre os
séculos IX e X, nas cidades de Damasco e Bagdá.Neles, os astrônomos
dedicavam-se á observação dos astros não apenas com objetivos religiosos ou
interesses práticos – como a atualização de calendários - , mas com propostas
científicas.
Observatório em Chichen-Itzá, uma cidade Maia |
Entre
os que obtiveram mais êxito está o de Maragheh, no atual Irã. Lá, os astrônomos
começaram a colocar à prova, por volta de 1260, as teorias ptolomaicas. Cerca
de 150 anos depois, o muçulmano Ulug Beg ergueu em Samarcanda, no atual
Uzbequistão, outro observatório no qual foram catalogadas centenas de estrelas,
anos antes de os europeus as descobrirem.
O
primeiro grande observatório moderno foi construído em 1576, na ilha de Hven,
pelo rei Frederick, da Dinamarca, a pedido do astrônomo Tycho Brahe. Depois da invenção do
telescópio,no início do século XVII, a Inglaterra criou em Greenwich o primeiro
grande centro de observação astronômica da Europa, famoso por ser o marco zero
do horário oficial do mundo. Recentemente, Greenwich foi transformado em museu.
Olho
Vivo
O
observatório de Mauna Kea, no Havaí,é um dos mais importantes em função da
localização e do clima propícios para estudos. Construído em 1964, está a cerca
de 4 mil metros de altitude – onde as condições climáticas São ideais para a
detecção de raios infravermelhos, que são bloqueados pelo vapor atmosférico. O
observatório havaiano é o principal centro de estudos desse tipo de radiação
cósmica. Seu maior telescópio é o Keck,com dez metros de diâmetro
Outro
observatório famoso é o de Monte Palomar, em San Diego, na costa oeste dos
Estados Unidos. Ali localiza-se o telescópio Hale,considerado até 1976 o maior
do mundo, com cinco metros de abertura. Inaugurado em 1948, foi responsável por
um grande levantamento, realizado durante e década de 1950, que produziu o
maior atlas de estrelas e nebulosas até então. O resultado foi publicado pela
National Geographic Society. O mapeamento foi repetido na década de 1980 e é um
dos mais completos já realizados.
Cerro
Paranal
O
observatório astronômico de Cerro Paranal, ao norte do Chile,é um dos mais
avançados do mundo. Cerro Paranal localiza-se na parte mais seca do Deserto do
Atacama,onde as condições para a observação astronômica são extraordinárias. O
monte de 2.635 metros de altitude oferece cerca de 350 noites sem nuvens por
ano com estabilidade atmosférica pouco comum.
O
complexo conta com o Very Large telescope (VLT),conjunto formado por quatro
telescópios idênticos de 8,2 metros de diâmetro e três telescópios auxiliares
de 1,8 metro de diâmetro,com capacidade para,por exemplo, identificar um
astronauta na lua.
Cerro Paranal, ao norte do Chile |
Para evitar que o espelho principal deforme imagens, o VLT conta com um sistema chamado óptica ativa, que mantém a forma ideal do espelho a qualquer momento, graças a 150 pistões que o sustentam e corrigem sua posição de modo sincronizado.Inaugurado m 2006, o VLT é operado por um consórcio científico integrado por oito países europeus. Um de seus objetivos é encontrar novos mundos ao redor de outras estrelas.
Hemisfério
Sul
O
maior conjunto de observatórios do Hemisfério Sul está na Austrália .próximo a
Canberra fica o maior deles, o de Mount Stromlo, fundado em 1924. Localizado a
aproximadamente 800 metros acima do nível do mar, o Mount Stromlo tem um
telescópio refletor de quase dois metros.mas o crescimento da cidade vizinha,
cuja luz noturna dificulta a análise das estrelas, demandou a construção de um
novo observatório em uma região mais remota.
Em
1975, o governo da Austrália,com o auxílio da Grã-Bretanha, construiu o
observatório de Siding Spring Mountain, no estado de Nova Gales do Sul. Ele é
atualmente um dos mais modernos do mundo, contando com um telescópio principal
de 1,2 metro de diâmetro, siilar ao do norte-americano de Monte Palomar.
O
Observatório Nacional, em São Cristóvão, no Rio de Janeiro, é o principal do
Brasil. Fundado em 1827 por D. Pedro I, é o mais antigo em funcionamento na
América do Sul. Possui um telescópio óptico de 1,6 metro.
Série: Observando o Céu
Fonte: Atlas do Universo
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