Na década de 1960, Jocelyn Bell Burnell desvendou os pulsares — descoberta que levou o Nobel de Física em 1974 sem mencionar o nome da cientista.
Quando você falou sobre sua descoberta para seu supervisor, a primeira reação dele foi desconsiderá-la. Você acha que isso teria sido diferente se fosse um homem? A cautela dele quando contei sobre o sinal pela primeira vez foi adequada. É sempre importante checar tudo, não se pode acreditar em nada à primeira vista. Quando ele viu por ele mesmo, concordou comigo.
Fale sobre o prêmio Nobel. Como você se sentiu quando o comitê não mencionou o seu nome? Isso não foi uma desfeita para mim! Naquele tempo, o comitê do Nobel enxergava a ciência como algo feito por uma pessoa mais velha — um homem! — com muitos assistentes que o ajudavam. Esses assistente eram considerados muito jovens para serem reconhecidos. Isso era aplicado a todos os premiados.
E você ainda se dedica à pesquisa? Por quais assuntos tem se interessado ultimamente? Estou aposentada e não faço minha própria pesquisa há anos. Mas realmente tento me manter atualizada na área dos pulsares e também me interesso pelo campo de astronomia transiente [eventos que duram por um período limitado, como supernovas]. Há anos eu vinha dizendo que a gente estava ignorando esse campo da astronomia. Também dou muitas palestras, nas quais recebo perguntas sobre diversos assuntos de astronomia e física, então meu objetivo é me manter sempre atualizada.
Fonte: Revista GALILEU
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