Astronomia Indígena no Brasil: Antes e depois da independência.
Área ainda é recente no país, mas apresenta um campo vasto a ser pesquisado
Relatos dos primeiros contatos com os indígenas brasileiros revelam conhecimentos surpreendentes sobre a astronomia e sobre como as diversas etnias brasileiras interpretavam as constelações, numa relação de continuidade entre céu e terra, ligada sempre ao dia a dia das comunidades.
“Não existe um só sistema indígena. Cada grupo, cada cultura, tem um modo de ver e recortar o céu, então produz astronomias diferentes”, afirma o pesquisador Luiz Carlos Borges, do Museu de Astronomia e Ciências Afins (MAST), em depoimento para vídeo da Ciência & Cultura.
A Astronomia Indígena é uma área do conhecimento multidisciplinar que ainda é recente no Brasil, mas que apresenta um campo vasto a ser pesquisado. “O céu é uma fonte realmente muito rica de estudos culturais”, diz Flávia Pedroza Lima, astrônoma da Fundação Planetário da Cidade do Rio de Janeiro.
“No Brasil temos essa quantidade imensa de povos indígenas, cada povo com seus próprios saberes, suas próprias constelações, seus próprios mitos sobre o céu, que é riquíssimo, e a gente desconhece, infelizmente”, diz Lima, que vê com otimismo o aumento do número de indígenas nas universidades. “Quanto mais a gente tiver indígenas jovens entrando na universidade, mais estes estudos vão florescer e deslanchar.”
Para a antropóloga Priscila Faulhaber Barbosa, do Museu de Astronomia e Ciências Afins (MAST), “cabe a nós a busca do diálogo com estes outros, numa perspectiva ética e compreensiva de se considerar o que eles estão dizendo, escutar o que eles estão dizendo. Isso vai transformar a nossa maneira de pensar”, conclui a pesquisadora.
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