De onde viemos? A pergunta sempre
intrigou os cientistas e até hoje não tem resposta definitiva. Existe,
inclusive, um ramo específico da astronomia, a cosmologia, que se dedica ao
estudo da origem e evolução do universo. A cosmologia ganhou impulso principalmente
a partir da década de 1920, quando novas descobertas mostraram indícios de que
a chave do mistério do universo poderia ser uma explosão primordial, há certa
de 15 bilhões de anos, conhecida como Big Bang.
A primeira pista foi desvendada pelo
cientista norte-americano Edwin Powell Hubble (1889-1953). Nos anos de 1920, o astrônomo
percebeu que o universo estava em expansão – ou seja, as galáxias estão se
afastando umas das outras.
Como ele chegou a essa conclusão?
Hubble observou com um potente telescópio e notou que o espectro de luz emitido
por elas tendia ao vermelho – um sinal de que todas estavam se distanciando. A
medição usada por Hubble foi baseada no efeito Dopple, pelo qual os componentes
de luz enviados por objetos luminosos se deslocam para o vermelho quando se
afastam e tendem ao azul quando se aproximam.
Dessa forma, Hubble não somente
constatou que as galáxias não moviam aleatoriamente, mas descobriu que seguiam
uma tendência de afastamento. Com isso, percebeu que o universo provavelmente
seria bem maior do que supunha até então e que seu movimento de expansão é
constante. Hoje sabemos que isso ocorre a uma velocidade aproximadamente
50km/s.
Ovo
cósmico
A descoberta de Hubble foi fundamental para
que o belga Georges Edward Lemaître (1894-1966) fosse adiante na explicação da
origem do universo. Lemaître concluiu que no tempo zero havia uma massa
minúscula, chamada por ele de ovo cósmico – ou superátomo – que se contraia e
se expandia a um efeito gravitacional, como já havia comprovado Hubble. Esse
movimento fez com que sua temperatura interna aumentasse muito. Quando atingiu
uma temperatura elevadíssima, o ovo explodiu criando tudo o que existe hoje,
como as estrelas e os plantas, dando também origem ao espaço e ao tempo.
Para explicar o acumulo de energia que
explodiu repentinamente o russo George Gamow cunhou o fenômeno com a expressão
Big Bang – criado em 1915 pelo cosmólogo inglês Fred Hoyll. Assim, a teoria
sustenta a ideia de algo infinitamente pequeno, denso e quente, comprimido em
um tamanho menor do que um núcleo de um átomo. Em um lapso de tempo (menos que
um milésimo de se segundo), o universo cresceu exponencialmente.
Em 1964, mais uma descoberta foi
acrescentada as provas da teoria do Big Bang. Arno Penzias e Robert Wilson
constataram que no espaço a uma radiação cósmica originária do tempo em que
houve a explosão primordial – é a maior evidência para a comprovação da teoria,
também chamada de “Modelo Padrão”, por ser aceita pela comunidade científica
internacional.
Idade
do universo
E como podemos mensurar a idade do
universo? Se as galáxias estão se afastando é porque, em algum momento no passado,
todos os elementos estavam juntos. Hubble calculou a velocidade e a distância
entre várias galáxias e chegou a conclusão de que o universo teria
aproximadamente 2 bilhões. Era uma estimativa insustentável, afinal, já se
sabia que a Terra tinha mais que o dobro dessa idade e, portanto, o universo
não poderia ser mais novo do que ela.
Atualmente, vários métodos são usados
para estimar a idade do universo. Um deles é calcular a idade de estrelas mais
velhas de aglomerados estelares, que são formados por milhares de estrelas
atraídas entre si pela ação da gravidade. Uma estrela evolui com a queima de
hidrogênio e, analisando os estágios dessa evolução, pode-se calcular sua idade
aproximada. Si conferirmos ao universo a mesma idade dessas estrelas anciãs, é
possível chegar a números que variam entre 10 e 20 bilhões de anos. O número
mais aceito entre os cientistas é 15 bilhões de anos. De qualquer modo, independentemente
da determinação do instante da explosão inicial e da idade exata do universo, a
teoria do Big Bang é, até agora, a mais viável para explicar seu nascimento.
Um
fim distante
Para onde vamos? Essa é, talvez, a
segunda pergunta que mais intriga os astrônomos. A ciência tem especulado se o
universo pode chegar ao fim. A resposta é sim. Se não continuar a se expandir
suficientemente rápido, como acontece desde o Big Bang, o material que forma o
cosmos acabará por estacionar-se. Isso poderá provocar uma contração, decorrente
da ação da força gravitacional, e o universo voltará a um ponto central,
ocasionando um colapso chamado pelo pelos cientistas de Big Crunch – ou grande
esmagamento.
No fim tudo pode retroceder a um ponto primordial - Big Crunch |
Os três prováveis fins - Big Crunch, Big Freeze e Big Rip |
Porém há outra teoria, onde o universo tornar-se-ia
demasiado frio para poder abrigar a vida devido à contínua expansão. Nesta
teoria, denominada Big Freeze, o universo se expandiria a tal ponto que até
mesmo as estrelas de uma galáxia ficariam muito distantes uma das outras, e com
suas mortes, o universo passaria ser um lugar frio e sem vida.
Paralelo
ao Big Freeze há uma teoria mais recente, cujo afastamento da matéria chegaria ao
nível molecular. A chave desta hipótese é a quantidade de energia escura no
Universo. Se o Universo contém suficiente energia escura, poderia terminar
tendendo a uma desagregação de toda a matéria. Tal teoria é chamada de Big Rip –
ou grande ruptura.
Resumindo:
O vídeo explica em detalhes a origem do universo e sua evolução, segundo a teoria do Big Bang.
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Fontes: Atlas do Universo e Universe Today
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