Asteroide dividido em posiveis áreas de mineração |
A nova corrida do ouro será no espaço.
Ou, pelo menos, esse é o plano da Planetary Resouces, empresa criada em 2010
por dois empreendedores da indústria espacial, os engenheiros Eric Anderson e
Peter Diamandis. Na semana passada, ambos anunciaram uma das mais ambiciosas
aventuras idealizadas: minerar metais preciosos de asteroides que passam
próximo à Terra. Em dois anos, a Planetary Resouces pretende pôr cinco
satélites em órbita para escolher os asteroides que mais se prestam à mineração
entre os 9000 que já foram identificados numa distância menor que 200 milhões
de quilômetro e mapeados pelos astrônomos. Em muitos desses asteroides há
fortunas em metais valiosos, como platina e ouro. Mesmo um dos pequenos, com 80
metros de diâmetro, pode ter reservas equivalentes a 100 bilhões de dólares.
James Cameron, um dos fiadores do projeto |
Embora pareça mirabolante, o projeto é
financiado por um grupo de bilionários com feitos notáveis no currículo. Entre
eles estão Lerry Page e Eric Schmidt, respectivamente, fundador e presidente do
conselho de administração do Google. O primeiro é dono de uma fortuna de 18,7
bilhões de dólares e o segundo tem 6,7 bilhões no bolso. Figura também Charles
Simonyi, o engenheiro que comandou a criação do Office na Microsoft. O cineasta
James Cameron, de Titanic e Avatar, é uma espécie de protagonista do projeto.
Empresa responsável pelo projeto de exploração em asteroides |
Os investidores sabem que a ideia de
mineração espacial não dará lucro tão cedo. Rastrear um asteroide e alcançá-lo
é simples. Já extrair o material e retornar à Terra é um processo que está nos limites
da tecnologia hoje disponível. O custo de cada missão é estimado em até 3
bilhões de dólares e, no início, a operação deverá trazer apenas um punhado de
metal. “Sabemos que não teremos sucesso nas primeiras tentativas”, admite Eric
Andersen, cuja empresa, a Space Adventures, já mandou sete turistas para o
espaço. Eric Schmidt resume o espirito que guia os bilionários por trás do
projeto: “A busca por recursos naturais
levou a descoberta da América, e ela também será decisiva para superação das
fronteiras espaciais.”
Foguete da SpaceX. Futuras missões da NASA serão em foguetes como esse. |
A mineração espacial não procura apenas
metais. Um dos maiores desafios para a expansão dos limites do homem no espaço
diz respeito aos recursos necessários para viagem. Ou, melhor, à falta deles. A
necessidade de um grande estoque de água, oxigênio e combustível é um dos
fatores que impedem os astronautas de ir além da Lua. Os asteroides podem ser a
solução para garantir os recursos para sobrevivência em viagens prolongadas.
Explica o engenheiro Louis Friedman, coordenador de um estudo da NASA sobre
como explorar asteroides: “Muitos deles tem água em abundância, essa água pode
ser consumida ou quebrada em oxigênio e hidrogênio, que é combustível”. Coletar
a água e produzir combustível no espaço cortaria enormemente o custo de enviar
esse material da superfície com o uso de foguetes. A exploração pela iniciativa
privada do espaço próxima a Terra será submetida a um teste na semana que vem (provavelmente
será adiado devido à incompatibilidade da nave a ser lançada com o sistema informático
da ISS, porém o lançamento está previsto para ocorrer mais tardar até o fim
deste mês). A empresa SpaceX, do bilionário Elon Musk, criador do sistema de
pagamento pela internet PayPal, lançará a primeira nave privada que visitará a ISS
(Estação Espacacial Internacional, sigla inglesa), a serviço da NASA. Isso será
um marco na corrida pelo espaço, que desta vez pode envolver muito ouro dos
asteroides.
Arte representando exploração de minerias em um asteroide |
Fonte:
Veja, 2 de maio de 2012
Este post foi realizado por indicação de Vinícius Pereira Cabral, assíduo leitor de nosso blog e aluno do cursinho preparatório da XV OBA.
Nenhum comentário:
Postar um comentário