São
catalogadas 88 constelações, que foram descritas ao longo da história da
humanidade. Entre as mais conhecidas estão a de Órion e a do Cruzeiro do Sul.
De
tanto observar os céus, os astrônomos da Antiguidade começaram a traçar desenhos
a partir das estrelas mais brilhantes, na forma de figuras de animais e
objetos. O que começou como passatempo deu origem às chamadas constelações.
Elas ganharam nomes e passaram a ser referências para astrólogos e navegadores,
que se orientavam pelas estrelas. O s astrônomos delimitaram, no século XX, 88
grupos de estrelas brilhantes que aparecem na esfera celestial - entre elas as
12 zodiacais. Muitas conservam os mesmos nomes dados pelos gregos.
Algumas das constelações que atualmente encontram-se no Céu Austral. Na imagem: Cruzeiro do Sul, Gêmeos, Câncer, Órion, Cão Maior e Touro figuram entre as mais conhecidas constelações. |
Por
volta de 4000 a.C.,
os sumérios já ligavam os pontos estelares e imaginavam formas como vasos,
sinais e tabuleiros. A constelação de Aquário, por exemplo, foi batizada pelos
sumérios em homenagem ao deus dos céus Na, que jogava águas de imortalidade
sobre a Terra. Em 450 a.C., os
babilônios dividiram o céu nas 12 constelações que deram origem ao zodíaco.
Egípcios, romanos e gregos também desenharam suas coleções de estrelas. Uma
descrição mais organizada do céu só foi feita quando o astrônomo e matemático
grego Ptolomeu – que vivia em Alexandria, no Egito – catalogou 48 constelações.
Até hoje, 47 mantêm os nomes dados pelo astrônomo.
CÉU DO SUL
Até
o século XVI, as constelações identificadas eram apenas as observadas no
Hemisfério Norte. Porém, com o início da exploração dos mares do sul, os
navegadores começaram a traçar um mapa do céu setentrional com o objetivo de
usá-lo como guia. Graças ao trabalho de dois navegadores holandeses, Pieter
Dirkszoon Keiser e Frederich de Houtman, 12 novas constelações foram
acrescidas. Um outro holandês, Petrus Plancius,identificou outra três. O mapa
foi completado com 11 novas figuras criadas pelo astrônomo polonês Johannes
Hevelius,ilustradas em Firmamentum Sobiescianum, um atlas estelar
publicado em 1960. O astrônomo francês Nicolas de Lacaille aresentou, em 1750,
14 novas constelações.
Como
elaborar constelações parecia um trabalho sem fim, a União Astronômica
Internacional determinou, em 1875,
a adoção de limites oficiais. Em 1930, a entidade
estabeleceu o padrão de 88 constelações, resultado do trabalho do astrônomo belga
Eugène Delporte.
ÓRION E ESCORPIÃO
A
constelação de Órion, visível nos dois hemisférios terrestres, é uma das mais
conhecidas.Apresenta o formato de um caçador que carrega uma adega, e pod ser
observada no céu noturno apenas entre outubro e março. Par identificar Órion é
preciso primeiramente localizar as Três Marias – três estrelas próximas entre
si, alinhadas e de mesmo brilho -, que formam o cinturão da constelação de
Órion.
Conta
a lenda grega que o caçador Órion apaixonou-se por uma princesa. O pai dela,
ciumento, cegou o enamorado. Pa ganhar de volta a visão Órion consultou um
oráculo e foi aconselhado a olhar o céu quando o dia estivesse nascendo. Ele
assim o fez, e acabou apaixonando-se pelo que viu: a Aurora. Mas esse amor teve
vida curta: um escorpião picou o caçador, que adoeceu, morrendo em seguida.
No
céu, como se fosse por um capricho dos deuses, as duas constelações nunca se
encontram. Com o movimento de rotação da Terra, quando uma delas surge, a outra
desaparece – uma alegoria da perseguição de escorpião a Órion.
CRUZEIRO DO SUL
No
Hemisfério Sul, umas das constelações mais conhecidas é a do Cruzeiro do Sul,
com suas cinco estrelas. A 25 graus no sentido sul, próxima da pólo sul celeste
e na altura do equador terrestre, a constelação servia como guia para as
navegações. Américo Vespúcio, famoso navegador dos mares do sul, fez anotações
sobre a constelação em seu livro de bordo de 1507.
O
Cruzeiro do Sul integra os símbolos nacionais de cinco países do Hemisfério Sul
– marca presença nas bandeiras do Brasil, da Austrália e da Nova Zelândia,
Papua Nova Guiné e Samoa.
Série: Observando o Céu
Fonte: Atlas do Universo
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