Um grupo
internacional de astrônomos encerrou parte do mistério que envolve a formação
de corpos celestes ao descobrir uma "fábrica" de cometas ao redor de
uma estrela a 400 anos-luz de distância da Terra.
Eles
identificaram, pela primeira vez, uma armadilha de poeira, região na qual os
pequenos grãos ficam 'presos' para se aglutinarem uns aos os outros, permitindo
que eles cresçam em segurança até ficarem do tamanho de pedregulhos. Esse porto
seguro de partículas de poeira só era conhecido na teoria, ressalta o estudo
publicado na revista Science nesta quinta-feira (6).
Durante o
estudo do disco de gás ao redor da estrela Oph-IRS 48, a equipe liderada por
Nienke van der Marel, do Observatório de Leiden, na Holanda, observou com ajuda
do ALMA (Grande Conjunto de Radiotelescópios do Atacama), o maior telescópio
astronômico do mundo, que a poeira na órbita do sistema estelar tinha um
formato diferente, mais parecido com uma castanha de caju do que de disco.
"Provavelmente
estamos vendo [nessa região] um tipo de fábrica de cometas, já que as condições
são propícias aos crescimento das partículas, desde o milímetro até ao tamanho
de cometas", explica a autora.
Uma armadilha
de poeira surge quando as partículas de poeira grandes se movem em direção a
regiões de alta pressão. Os modelos teóricos apontam que esses lugares de alta
pressão podem ter origem nos movimentos do gás situado na periferia de um disco
de gás, assim como ocorre neste sistema estelar.
"Não é
provável que a poeira dê origem a planetas a esta distância da estrela. Mas em
um futuro muito próximo, o telescópio ALMA será capaz de observar estas
armadilhas de poeira muito mais próximas das estrelas progenitoras, onde esses
fenômenos estão ocorrendo. Tais locais seriam efetivamente os berços de
planetas recém nascidos", conclui Nienke.
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