Graças ao VLT
(Very Large Telescope), do Observatório Europeu do Sul (ESO, na sigla em
inglês), astrônomos conseguiram coletar a luz do que eles acreditam ser o
exoplaneta mais leve já observado diretamente.
A massa deste
gigante gasoso seria entre quatro e cinco vezes menor do que a de Júpiter,
indicou o ESO em um comunicado nesta segunda-feira (3). Este seria o planeta
menos massivo localizado fora do nosso sistema solar e descoberto através da
observação de imagens diretas. Um exoplaneta é um planeta que orbita uma
estrela como a do nosso Sol, mas fora do Sistema Solar.
"A
imagem direta de planetas é uma técnica extremamente difícil, cuja
implementação requer o uso dos instrumentos mais avançados", explicou Julien
Rameau, do Instituto de Planetologia e Astrofísica de Grenoble, da França,
principal autor do estudo publicado na revista especializada Astrophysical
Journal Letters
"Quanto
menos massivo é um planeta, mais difícil é observá-lo diretamente",
ressaltou à AFP Anne-Marie Lagrange, membro da equipe.
Quase mil
exoplanetas foram descobertos com a utilização de métodos indiretos. Os
astrônomos não veem a sua luz, mas podem medir o seu impacto sobre algumas
propriedades da estrela em torno da qual giram. Em contrapartida, apenas vinte
exoplanetas foram observados por imagem direta por meio da coleta de sua luz
visível e infravermelha.
O planeta
recém-descoberto orbita a jovem estrela HD95086, que tem entre 10 a 17 milhões
anos, a uma distância correspondente a cerca de 56 vezes a distância entre
a Terra e o Sol. O sistema está localizado a cerca de 300 anos-luz da Terra.
Em imagens
captadas pelo VLT, o exoplaneta aparece sob o aspecto de um ponto em movimento,
pouco luminoso, mas nítido, perto da estrela HD95086.
Existem
muitos argumentos que garantem que se trata de um exoplaneta, mas os astrônomos
querem manter a cautela. "Acreditamos que dentro de um ano, seremos
capazes de confirmar, sem dúvida", segundo o astrônomo Gael Chauvin.
"Vai ser um assunto muito interessante para estudar", acrescentou.
A equipe usou
para sua descoberta o NACO, instrumento óptico adaptável instalado em um dos
quatro telescópios de 8.2 metros do VLT. Este instrumento permite aos
astrônomos superar quase todos os efeitos de perda de foco causados pela
atmosfera e obter imagens com uma resolução muito alta. As observações foram
feitas com luz infravermelha.
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