Astrologia e astronomia
nem sempre foram áreas de estudo independentes. Em outros tempos, a observação
dos astros e as previsões do destino das pessoas e dos eventos guardavam
vínculo bastante estreito.
Durante muito tempo, o
estudo dos astros unificou aspectos astronômicos e astrológicos. Assim, era
forte a crença de que acontecimentos na vida das pessoas e na Terra teriam
correspondência com as posições e os movimentos dos corpos celestes. É um ponto
de vista bastante compreensível. Afinal, a posição do Sol em diferentes épocas indicava,
por exemplo, climas diversos, o que determinava as mudanças das estações do
ano, ao mesmo tempo em que a Lua tinha o poder de influenciar nas marés.
Observações do Sol e da
Lua eram importantes para os povos antigos não apenas para compreender o céu,
mas, principalmente, para ajudar na sobrevivência humana. A prática agrícola,
por exemplo, estava diretamente ligada a fenômenos naturais. Portanto, era
necessário saber a época correta do plantio e da colheita. Ao perceber que os
astros poderiam influenciar na agricultura, o homem desenvolveu a astrologia
para desvendar o futuro. Se era possível antecipar ações da natureza observando
os astros, por que não predizer o próprio destino?
Aviso dos céus
Os primeiros indícios
de que a humanidade estudava os astros com o intuito de prever sua sorte foram
entre os caldeus, povo que viveu na região da antiga Babilônia (atual Iraque).
Por volta de 3000 a.C., seus sacerdotes procediam estudos dos astros e, a
partir de suas interpretações, aconselhavam os governantes a seguirem o que
diziam os céus. Chineses, egípcios, indianos e maias também praticavam
astrologia e desenvolveram as próprias previsões.
Com a chegada da
astrologia na Grécia, por volta de 500 a.C., filósofos como Pitágoras e Platão
também dedicaram-se ao estudo da influência dos astros na vida terrena. Desse
modo, até o século XVI, astronomia e astrologia eram disciplinas estudadas e
ensinadas em conjunto nas universidades européias.
Astronomia e astrologia
A partir das décadas
seguintes, com a revolução científica desencadeada pelas descobertas dos
estudiosos Nicolau Copérnico e Galileu Galilei e, mais tarde, pelas leis
físicas desenvolvidas por Issac Newton, a astronomia e a astrologia tornaram-se
cada vez mais incompatíveis.
Já que a Terra não era
o centro do universo como se pensava até então, como seria possível que os
astros como o Sol e outros planetas pudessem influenciar este mundo e a vida
das pessoas? O céu visto da Terra não seria, portanto, muito limitado para que
astrólogos pudessem tirar conclusões? A partir desses questionamentos, ocorreu
a ruptura entre os dois compôs de estudo. Desse modo, a astronomia e a
astrologia passaram a trilhar trajetórias próprias.