Elementos na superfície de outros planetas despertam a curiosidade de cientistas por serem importantes indicadores do funcionamento e da composição da atmosfera. Agora, mais um desses fenômenos foi descoberto por astrônomos: um ponto escuro, nunca antes visto por um telescópio terrestre, em Netuno.
O ponto escuro foi estudado utilizando um equipamento terrestre chamado de Explorador Espectroscópico de Unidades Múltiplas (MUSE), que consegue dividir a luz captada em várias partes.
A princípio, os pesquisadores imaginaram que se tratava de uma modificação na organização das nuvens do planeta. No entanto, ao investigar melhor o ponto escuro, descobriram que ele, na realidade, é resultado do escurecimento de partículas presentes no ar, em uma camada logo abaixo da mais externa, composta majoritariamente por sulfeto de hidrogênio, um gás tóxico e denso de odor desagradável.
Pontos escuros no planeta já tinham sido observados, em 1989, pela sonda Voyager, da Nasa, mas eles desapareceram alguns anos depois, sem ter sua causa elucidada. “Desde a primeira descoberta de uma mancha escura, sempre me perguntei quais eram as características desse fenômeno indescritível e de curta duração”, afirma o autor do estudo publicado nesta quinta-feira, 24, na Nature Astronomy, e professor da Universidade de Oxford, Patrick Irwin.
No futuro, mais estudos precisam ser realizados para entender se essa hipótese está correta e para investigar melhor a composição dessas partículas. “Este é um aumento surpreendente na capacidade da humanidade de observar o cosmos – no início, só poderíamos detectar esses pontos enviando uma espaçonave para lá, como a Voyager, depois ganhamos a capacidade de detectá-los remotamente com o Hubble e agora, finalmente, a tecnologia avançou para permitir que isso seja feito da Terra”, diz Irwin.
Fonte: Site Veja
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