Nesta segunda, a maior superlua em
68 anos chamou a atenção dos brasileiros e do mundo. Tudo isso porque o
fenômeno —que acontece quando o astro está mais próximo da Terra— deixa
a Lua maior, mais brilhante e, consequentemente, ainda mais bonita, do
que estamos acostumados.
E com tanta atenção (e câmeras
fotográficas) voltada para ela, talvez você tenha percebido que, em
alguns momentos, a Lua ficou com um tom mais avermelhado (ou
alaranjado). Sabe por que isso acontece?
Antes da explicação, é
bom lembrar que a Lua reflete a luz branca que vem do Sol —que é formada
por ondas de vários comprimentos, portanto, formada por várias cores. Embora nosso satélite pareça muito brilhante, reflete apenas 6,7% da luz que recebe do Sol.
As partes mais brilhantes de sua superfície são as regiões mais altas e
com crateras, compostas de rochas ricas em cálcio e alumínio. As
regiões mais escuras são zonas mais baixas, chamadas 'mares', compostas
de rochas basálticas que refletem muito pouco a luz, daí sua cor
acinzentada.
E quando fica alaranjada?
A coloração alaranjada acontece ao anoitecer e ao amanhecer, da mesma
maneira que vemos o Sol ou céu nesse horário. Quando nasce, a Lua está
tão próxima do horizonte que a luz por ela refletida precisa passar por
uma espessa camada de atmosfera terrestre antes de chegar aos nossos
olhos, diferentemente do que acontece quando o satélite aparece alto no
céu, onde o ar é mais rarefeito. Quando atravessa a
atmosfera da Terra, a luz refletida pela Lua se dissipa pelo ar. Em
contato com as moléculas de gases que compõem o ar, algumas cores se
dispersam e ficam imperceptíveis. No caso da Lua (e até o Sol) próxima
do horizonte, a atmosfera mais densa "absorve" a cor verde, azul e
violeta e deixa passar somente os tons vermelhos.
O tom avermelhado fica mais intenso quando há partículas de queimadas, erupções vulcânicas ou poluição na atmosfera.
Agora, quando ela está bem no alto do céu, a luz refletida conserva a
cor original, que é o branco (reunião de todas as cores). Isso porque o
ar rarefeito das altitudes elevadas faz com que a perda das tonalidades
azul, verde e violeta sejam pequenas.
Lua azul existe?
É claro que quando dizemos "lua
azul", o primeiro pensamento é que, se olharmos para o céu, o astro
estará azulado. Mas não se trata disso. O termo não está
relacionado com uma possível mudança na cor da Lua, mas sim às suas
fases. Cada um dos quatro ciclos da Lua (nova, cheia, minguante e
crescente) dura, em média, sete dias. Como os meses possuem quatro
semanas, dificilmente uma fase se repete no mesmo mês.
No
entanto, os movimentos da Lua ao redor da Terra não têm esse ciclo
mensal perfeito. Por isso, a cada dois anos e meio ou três, a Lua cheia
ocorre duas vezes em um mesmo mês. E é essa segunda Lua cheia que recebe
o nome de "lua azul". O termo foi usado pela primeira vez na década de
1940.
Fora a repetição no calendário, a "lua azul" não tem nada
de especial. O astro aparece com o mesmo tamanho e brilho que as outras
luas cheias.
Como o acontecimento é raro, no inglês, a expressão
"once in a blue moon" (uma vez a cada lua azul) é usada quando queremos
dizer que determinado acontecimento dificilmente ocorre.
Mas
não precisa eliminar todas as esperanças de ver uma Lua com a cor azul
de verdade. Acontecimentos raros, como a erupção de um vulcão, podem
deixar a "cor" do astro momentaneamente azulada. Isso por conta das
partículas expelidas pela erupção que ficam no ar.
Fontes: Universidade Federal do Rio Grande do Sul e Leandro Guedes, astrônomo do Planetário do Rio de Janeiro
http://noticias.uol.com.br/ciencia/ultimas-noticias/redacao/2016/11/15/por-que-a-lua-fica-laranja-de-vez-em-quando-e-ela-pode-ficar-azul.htm
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