segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Hubble: há 60 anos, morria o homem que descobriu a imensidão do universo

No início do século 20, diversas ideias clássicas da astronomia já haviam sido superadas. Sabíamos que a Terra não era o centro do universo. Nem o era o Sol. Contudo, os cientistas dessa época mal tinham ideia do tamanho do universo. 
Para eles, a nossa galáxia era a única que compunha o cosmos e que esteve estava imutável no mosaico celeste. Contudo, em outubro de 1924, um americano que passava uma noite de observações num grande domo no monte Wilson, em Los Angeles, notou que não éramos a única galáxia. Aliás, ele descobriu que o firmamento é muito maior do que imaginávamos - e que o universo está em movimento.

Advogado e soldado

Hubble se formou em matemática e astronomia pela Universidade de Chicago em 1910. Seu talento lhe valeu uma bolsa de estudos na Universidade de Oxford, no Reino Unido. Contudo, ele teve que interromper o caminho que traçava pela ciência.

No seu leito de morte, o pai de Hubble - que nunca aceitou a aspiração do filho pela astronomia - teve como último desejo que o filho cursasse direito. Ele cumpriu a vontade do falecido pai e, em 1913, voltou aos Estados Unidos e trabalhou durante um ano como advogado.

Hubble, contudo, não aguentou e quebrou a promessa. Em 1914, voltou a estudar astronomia. Em 1917, quando terminava seu doutorado, ele foi convidado a se juntar ao observatório Mount Wilson, na Califórnia. Contudo, outro problema fez o americano postergar seu sonho.

Após passar a noite acordado para terminar sua tese e defender o trabalho no dia seguinte, Hubble se alistou ao Exército. Para George Ellery Hale, fundador do observatório, ele enviou um telegrama: "Infelizmente não posso aceitar seu convite. Estou indo para a guerra."

Mas as batalhas acabara e, em 1919, ainda de uniforme e recém-chegado da França, o major Hubble se apresentou ao Mount Wilson, pronto para observar o céu.​

Cientista 

O astrônomo guerreiro não poderia estar em um lugar mais propício. O telescópio Hooker finalmente entrava em operação após 10 anos de construção. Com 2,5 metros, ele era o mais poderoso olho da humanidade para o céu.

Hubble passou muitas noites frias observando as estrelas pelas poderosas lentes do Hooker. Em outubro de 1924, ele viu o que a princípio achou ser uma nova na nebulosa M31, na constelação de Andrômeda. Ao examinar cuidadosamente imagens registradas por outros astrônomos da mesma região do espaço, ele notou que era uma estrela cefeída.

Essas estrelas tem um brilho com um período de luminosidade bem definido - quanto mais longo o período, mais luminosa a estrela. Ao usar a luminosidade e o brilho que chega à Terra, os astrônomos conseguem medir com precisão distância delas.

E foi quando media a distância que ele descobriu que a estrela - e, portanto, sua nebulosa - estavam a 1 milhão de anos-luz da Terra - muito mais longe do que qualquer outro objeto já observado. A nebulosa na verdade era uma galáxia completamente separada da Via Láctea, com bilhões de estrelas. Naquele dia, o universo conhecido pelo homem se expandiu como nunca antes.

"Descoberto que as nebulosas espirais são sistemas estelares; Dr. Hubbell (sic) confirma que são 'ilhas universos' similares ao nosso próprio". Assim noticiava o The New York Times à época.

E essa nem é considerada a principal descoberta de Edwin Hubble. Após provar que nossa galáxia não é a única, ele começou a classificar todas as nebulosas conhecidas e medir suas velocidades ao analisar o efeito Doppler.

Em 1929, Hubble descobriu que todas as galáxias estão se afastando da Via Láctea em uma velocidade que aumenta proporcionalmente conforme sua distância até nós - o que é chamado de Lei de Hubble (apesar de hoje sabermos que essa afirmação não é tão precisa).

Para a astronomia da época, que via o universo como algo estático, saber que este está se expandindo foi uma revolução. O próprio Albert Einstein, mais de uma de uma década antes, havia modificado suas equações - que previam um universo em expansão - para manter o cosmos estático. O físico alemão foi pessoalmente ao Mount Wilson para encontrar Hubble. Ele chamou a mudança de seus cálculos de "maior erro de minha vida".

Depois de sua grande contribuição à ciência, o americano ainda serviu na Segunda Guerra, recebeu uma medalha, fez campanha para ganhar um Nobel - que, infelizmente, não premiava astrônomos - e ajudou a planejar o telescópio Hale - que seria quatro vezes mais poderoso que o Hooker.

Em 1949, Hubble foi honrado com a primeira observação no novo telescópio. Em 1953, quando preparava diversas noites de observação, o astrônomo morreu.

Por ser um dos principais astrônomos da história, ele foi homenageado com o nome do primeiro telescópio espacial já feito pelo homem.

Curiosamente, o Hubble (o telescópio) foi usado em uma pesquisa que descobriu, em 2002, que universo não apenas está se expandindo - mas que a expansão está acelerando. A descoberta foi classificada pela Nasa (a agência espacial americana) como a mais importante do telescópio e rendeu a Adam Riess e Saul Perlmutter o Nobel de Física de 2011.

Riess e Perlmutter e outros cientistas continuam hoje o legado de Hubble, para quem os astrônomos devem ter a "esperança de achar algo que não esperavam".



Fonte: Terra

sexta-feira, 27 de setembro de 2013

Fora do Sistema Solar, Voyager é registrada a 19 bilhões de km da Terra

O sinal da sonda Voyager 1, da Nasa, o objeto feito pelo homem que mais se distanciou da Terra até hoje, foi capturado por telescópios do planeta que abandonou há 36 anos. 

O sinal da Voyager, a quase 19 bilhões de quilômetros da Terra, foi captado por radiotelescópios. Na imagem, a sonda se resume a um longínquo ponto azul
Atualmente fora do Sistema Solar, a Voyager já passou em sua jornada por diversos outros planetas - e o que pode descobrir a partir de agora, no espaço interestelar, é um mistério para os cientistas. Um longínquo ponto azul é o que mostra a imagem registrada por uma rede de radiotelescópios que vai do Havaí à ilha caribenha de Saint Croix, parte das Ilhas Virgens Americanas.

Esses radiotelescópios não têm capacidade para distinguir a Voyager 1 à luz visível, porém "veem" o sinal da sonda em luz de rádio. As antenas funcionam para um radiotelescópio assim como espelhos e pixels para um telescópio óptico convencional. O registro, divulgado nesta terça-feira pela agência espacial americana, foi feito após um esforço direcionado para procurar um sinal da sonda - e testar a sensibilidade dos equipamentos.

Quando a rede de telescópios, chamada Very Long Baseline Array (VLBA), fez o registro, em 21 de fevereiro, a Voyager 1 estava distante cerca de 18,5 bilhões de quilômetros da Terra. Lançada em 1977 e agora a 19 bilhões de quilômetros do Sol, a sonda se comunica com a Nasa praticamente todos os dias. 

quinta-feira, 26 de setembro de 2013

Galáxias antigas já tinham forma atual, diz pesquisa

Se você ouvir um saudosista dizer que já não se fazem mais galáxias como antigamente, saiba que é mentira. Um estudo acaba de mostrar que desde 11,5 bilhões de anos atrás o Universo já tinha galáxias nas mesmas formas que elas têm hoje.

Sabe-se que as galáxias se formaram relativamente cedo na história do cosmos. A Via Láctea, por exemplo, tem cerca de 13 bilhões de anos, nascida apenas 800 milhões de anos após o Big Bang.

Contudo, os cientistas imaginavam que as galáxias, quando bebês, deviam ser bem diferentes --menos evoluídas-- que as atuais. Era o que sugeriam modelos sobre a formação dessas estruturas.

Novos resultados, obtidos com o Telescópio Espacial Hubble, contestam essa ideia. Eles mostram que cerca de 2,3 bilhões de anos depois do Big Bang as galáxias já tinham mais ou menos a forma atual.

"Isso significa que as galáxias amadurecem de forma mais rápida do que se acreditava", diz Gastão Lima Neto, astrônomo da USP que não participou do estudo.

De Hubble para Hubble 

O uso do telescópio espacial não poderia ser mais adequado. Foi o astrônomo americano Edwin Hubble (1889-1953) quem fez o primeiro estudo consistente da evolução das galáxias. O chamado diagrama de diapasão de Hubble cobre todos os tipos galácticos vistos no cosmos,entre eles as espirais (como a nossa Via Láctea).

Vasculhando as profundezas do espaço, os astrônomos conseguem observar como as galáxias eram. (Como elas estão muito longe, a luz delas demora a chegar na Terra, o que explica porque o estudo dos objetos mais distantes equivale a enxergar o passado cósmico.)

Estudos anteriores já haviam sondado galáxias de até 8 bilhões de anos atrás e viam que o esquema de Hubble se sustentava. O novo trabalho, feito com dados de um projeto chamado Candels somado a imagens colhidas em dois instrumentos do telescópio espacial, empurra mais 2,5 bilhões de anos na direção do passado e mostra que, naquela época, as galáxias já tinham o padrão das atuais.

No total, os pesquisadores observaram 1.671 galáxias espalhadas pelo Universo. E a ideia é não parar por aí.

"Continuaremos a sondar épocas cada vez mais remotas para tentar identificar em que momento as galáxias evoluídas começam a aparecer pela primeira vez", disse à Folha Mauro Giavalisco, pesquisador da Universidade de Massachusetts, nos EUA, e um dos autores do trabalho, publicado no periódico "The Astrophysical Journal".

"Isso irá nos ajudar a entender qual é o processo físico responsável por fazer as galáxias pararem de formar estrelas e envelhecerem."
 

quarta-feira, 25 de setembro de 2013

Japão lança ao espaço 1º telescópio de observação planetária

A Agência Aeroespacial do Japão (JAXA) conseguiu neste sábado (14), após várias tentativas fracassadas, fazer o lançamento do foguete Epsilon-1, que leva a bordo o primeiro telescópio espacial de observação planetária remota. 
O lançamento do foguete aconteceu com sucesso às 14h locais (2h de Brasília), no Centro Espacial de Uchinoura, em Kagoshima, no sudoeste do país.

Com o Epsilon-1, o Japão vai colocar em órbita o telescópio Sprint-A, o primeiro de observação remota de planetas como Vênus, Marte e Júpiterdesde a órbita da terra.

No dia 27 agosto, quando foi feita a última tentativa fracassada, o sistema realizou uma parada automática de emergência poucos segundos antes do lançamento, devido a um problema com a inclinação do foguete.

Uma semana antes, foi cancelada a primeira tentativa por problemas no sistema de cabos da equipe de comunicação.

"O telescópio representará uma revolução na indústria espacial", afirmou então Yasuhiro Morita, encarregado do lançamento, em comunicado divulgado pela JAXA, que comemora seu décimo aniversário este ano.

O custo do lançamento do Epsilon chega a 5,3 bilhões de ienes (US$ 54 milhões), quase a metade dos custos do modelo HII-A, mas a agência acredita que ainda pode reduzir mais, para até 3 bilhões de ienes (US$ 30 milhões).

O último lançamento espacial japonês aconteceu no início de agosto, após a decolagem de um foguete HII-B em direção à Estação Espacial Internacional (ISS), com o objetivo de transportar equipamentos para a base, entre eles dois satélites.

O Japão desenvolve desde 2003 um intenso programa espacial que, baseado em sua tecnologia pioneira, está focado na exploração dos planetas e asteroides.

sexta-feira, 6 de setembro de 2013

Cientistas encontram provas de água em grãos minerais da Lua

Cientistas encontraram provas de água em grãos minerais da superfície da Lua de origens ainda desconhecidas na profundidade do satélite, informou a Nasa nesta terça-feira.

Os pesquisadores usaram dados coletados pelo Instrumento de Mineralogia (M3) da Nasa a bordo da cápsula Chandrayaan 1, da Organização de Pesquisa Espacial de Índia, e detectaram água magmática, ou seja a originada nas profundezas lunares.

É a primeira detecção desta forma de água a partir de um objeto na órbita da Lua. Estudos anteriores mostraram a existência de água magmática em amostras lunares coletadas pelos astronautas do programa Apollo.

O M3 captou imagens da cratera Bullialdus, causada por um impacto perto da linha equatorial da Lua. A Nasa explicou que os cientistas estão interessados nessa área porque poderiam calculacar melhor o volume de água dentro das rochas devido à localização da cratera e ao tipo de minerais contidos lá.

O pico central da cratera é composto por um tipo de rocha que se forma nas profundezas da crosta lunar e do manto lunar quando o magma fica preso ali.

"Essa rocha, que normalmente fica muito abaixo da superfície, foi escavada desde as profundezas pelo impacto que formou a cratera Bullialdus", explicou Rachel Klima, geóloga planetária no Laboratório de Física Aplicada da Universidade Johns Hopkins, em Maryland.

"Na comparação com o entorno, encontramos na porção central da cratera um volume significativo de hidroxila, uma molécula feita de um átomo de oxigênio e um de hidrogênio, o que prova que as rochas nesta cratera contêm água que se originou muito abaixo da superfície lunar", disse Rachel.

Em 2009, o M3 fez seu primeiro mapa mineralógico da superfície lunar e descobriu moléculas de água nas regiões polares da Lua. Na primeira avaliação os cientistas supuseram que essa água seria uma camada fina formada pelo impacto do vento solar sobre a superfície lunar.

Mas a Bullialdus fica em uma região pouco propícia para o vento solar produzir quantidades significativas de água na superfície.

"As missões da Nasa, como o Prospector Nuclear e o Satélite de Observação e Sensores de Cratera Lunar, e os instrumentos como o M3 coletaram dados cruciais que mudaram radicalmente nossa ideia da existência de água na superfície da Lua", disse Pete Worden, diretor do Centro Ames de Pesquisa da Nasa em Moffett Field, Califórnia.

A detecção de água dentro de uma observação orbital significa que os cientistas podem provar algumas das conclusões de estudos em amostras em um contexto mais amplo, incluindo regiões distantes de onde chegaram as missões Apollo.



Fonte: Terra

quinta-feira, 5 de setembro de 2013

Cientista sugere que vida começou em Marte antes de chegar à Terra

Um estudo apresentado em uma conferência científica sugere que a vida pode ter começado em Marte antes de chegar à Terra. A teoria foi apresentada pelo químico Steven Benner, do Instituto de Ciência e Tecnologia de Westheimer (EUA), em na Conferência de Goldschmidt, em Florença, na Itália. 
Imagem mostra cratera em Marte.
A forma como átomos se juntaram pela primeira vez para formar os três componentes moleculares dos seres vivos - RNA, DNA e proteínas - sempre foi alvo de especulação acadêmica.

As moléculas não são as mais complexas que aparecem na natureza, ainda assim não se sabe como elas surgiram. Acredita-se que o RNA (ácido ribonucleico) foi o primeiro a surgir na Terra, há mais de três bilhões de anos.

Uma possibilidade para a formação do RNA a partir de átomos, como carbono, seria o uso de energia (calor ou luz). No entanto, isso produz apenas alcatrão.

Para criação do RNA, os átomos precisam ser alinhados de forma especial em superfícies cristalinas de minerais. Mas esses minerais teriam se dissolvido nos oceanos da Terra naquela época.

Benner diz que esses minerais eram abundantes em Marte. Ele sugere que a vida teria surgido primeiro em Marte, seguindo para a Terra em meteoritos.

Na conferência em Florença, o cientista apresentou resultados sugerindo que minerais que contém elementos como boro e molibdênio são fundamentais na formação da vida a partir dos átomos.

Ele diz que os minerais de boro ajudam na criação de aros de carboidrato, gerando químicos que são posteriormente realinhados pelo molibdênio. Assim surge o RNA. O ambiente da Terra, nos primeiros anos do planeta, seria hostil aos minerais de boro e ao molibdênio.

"É apenas quando o molibdênio se torna altamente oxidado que ele é capaz de influenciar na formação da vida", diz Benner. "Esta forma de molibdênio não existira na Terra quando a vida surgiu, porque há três bilhões de anos a Terra tinha muito pouco oxigênio. Mas Marte tinha bastante."

Segundo ele, isso é "outro sinal que torna mais provável que a vida na Terra tenha chegado por um meteorito que veio de Marte, em vez de surgido no nosso planeta".

Outro fator que reforçaria a tese é o clima seco de Marte, mais propício para o surgimento de vida. "As evidências parecem estar indicando que somos todos marcianos, na verdade, e que a vida veio de Marte à Terra em uma rocha", disse Benner à BBC.

"Por sorte, acabamos aqui - já que a Terra certamente é o melhor entre os dois planetas para sustentar vida. Se nossos hipotéticos ancestrais marcianos tivessem ficado no seu planeta, talvez nós não tivéssemos uma história para contar hoje."



Fonte: Terra

quarta-feira, 4 de setembro de 2013

Cientistas acham asteroide na órbita de Urano e acreditam em "população"

Cientistas descobriram pela primeira vez um asteroide na órbita de Urano
Astrônomos anunciaram nesta quinta-feira a descoberta do primeiro asteroide troiano de Urano. Segundo os cientistas, 2011 QF99 pode fazer parte de uma população de objetos maior do que esperada e que está presa pela gravidade dos planetas gigantes do Sistema Solar.

Asteroides troianos são aqueles que dividem a órbita de um planeta - a Terra, inclusive, tem o seu. Astrônomos consideravam que era improvável a presença de um desses objetos na órbita de Urano, já que a gravidade de seus planetas vizinhos deveria desestabilizar e expelir a pedra para os confins do Sistema Solar.

Antes de descobrir o asteroide, os pesquisadores criaram uma simulação computadorizada do Sistema Solar com os objetos que orbitam a estrela, inclusive os troianos. "Surpreendentemente, nosso modelo prevê que, em qualquer tempo dado, 3% dos objetos dispersos entre Júpiter e Netuno devem coorbitar ou Urano, ou Netuno", diz Mike Alexandersen, líder do estudo publicado na revista especializada Science.

Segundo os pesquisadores, QF99 foi preso pela órbita do planeta há poucas centenas de milhares de anos e deve escapar em cerca de 1 milhão de anos. "Isto nos conta algo sobre a evolução do Sistema Solar", diz Alexandersen. "Ao estudar o processo pelo qual troianos são capturados temporariamente, podemos entender melhor como objetos migram pela região planetária do Sistema Solar."

O estudo foi conduzido pela Universidade da Columbia Britânica (Canadá), Conselho Nacional de Pesquisa do Canadá e o Observatório de Besancon (França).



Fonte: Terra

terça-feira, 3 de setembro de 2013

Equipe da USP ajuda a descobrir mais velha estrela 'gêmea' do Sol

Uma equipe de quatro astrônomos da Universidade de São Paulo (USP), em parceria com o Observatório Europeu do Sul (ESO), ajudou a descobrir a estrela "gêmea" do Sol mais velha já identificada, com 8,2 bilhões de anos – quase o dobro da idade da nossa estrela, que tem 4,6 bilhões de anos. 
Imagem revela a estrela HIP 102152, localizada a 250 anos-luz de distância da Terra, na constelação de Capricórnio. Foto: ESO/Digitized Sky Survey 2/Davide De Martin
Imagem revela a estrela HIP 102152, localizada a 250 anos-luz de distância da Terra, na constelação de Capricórnio.
A Hipparcos 102152 (ou HIP 102152) fica a 250 anos-luz de distância da Terra, na constelação de Capricórnio. Para observá-la, foi usado o Very Large Telescope (VLT) do ESO, localizado no norte do Chile, durante 40 noites desde 2011. Além da USP, participaram do trabalho dois cientistas da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) e dez estrangeiros.

Segundo os pesquisadores, que devem publicar os resultados na revista "Astrophysical Journal Letters", esse astro antigo – que tem temperatura, gravidade e composição química parecidas com as do Sol – oferece a possibilidade de entender como o nosso astro vai envelhecer nos próximos bilhões de anos. Os cientistas confirmaram ainda a idade de outra estrela "gêmea", a 18 Scorpii, que tem 2,9 bilhões de anos, ou seja, bem mais jovem que a nossa.

De acordo com a equipe da USP, as observações sugerem que a HIP 102152 também tem planetas rochosos (como Mercúrio, Vênus, Terra e Marte) em sua órbita. Além disso, a descoberta apontou níveis muito baixos de lítio na estrela "gêmea", assim como acontece com o Sol, o que demonstra pela primeira vez que astros mais velhos e semelhantes ao nosso perdem esse elemento químico ao longo da vida. Esse "mistério" para a astrofísica já durava 60 anos, e agora começa a ser solucionado, ressaltam os autores, liderados pela americana TalaWanda Monroe, ligada à USP.

Para o pesquisador peruano Jorge Meléndez, que também atua na USP e é coautor do estudo, há décadas os astrônomos buscam estrelas "gêmeas" do Sol, para conhecer melhor a nossa própria, que é responsável pela vida na Terra. Apesar disso, a primeira delas só foi encontrada em 1997 e, desde então, poucas foram identificadas.

Meléndez diz que o objetivo agora, até 2015, é detectar astros ainda mais velhos, e também mais novos, para entender bem a dinâmica de envelhecimento solar. Outra meta é identificar "superterras", com massa entre cinco e dez vezes maiores que a nossa.


Fonte: G1

segunda-feira, 2 de setembro de 2013

1º Encontro de Astronomia do Instituto Federal Fluminense


O primeiro encontro de astronomia ocorreu nas instalações do Instituto Federal- campus Itaperuna no dia 22/08/13. Logo pela manhã pudemos ter a ilustre presença do Prof. Dr. Tibério Vale, que nos proporcionou grande aprendizado com sua palestra sobre evolução estelar. Participaram todos os integrantes dos clubes, assim como os alunos e professores interessados, o que contribuiu para uma apresentação onde além de adquirir mais conhecimento, pudemos tirar várias dúvidas.



Durante tarde conhecemos os diversos projetos e clubes que compõem o Programa de Astronomia, desenvolvido pelo IFF. Discutimos ideias, conversamos, tudo para que possamos cumprir com excelência a principal proposta do programa: popularizar a ciência, sobretudo a astronômica, nas diversas regiões fluminenses. E para fechar com chave de ouro, fizemos o lançamento de um foguete seguido de uma observação com o telescópio. Foi de grande valor este encontro, e em breve nos prepararemos para que hajam muitos mais.

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